O Boletim Semanal #722 do Observatório das Metrópoles divulgou no dia 24 de fevereiro de 2022 o ‘Editorial – Petrópolis: uma tragédia da ordem urbana brasileira’, por Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, coordenador nacional do INCT Observatório das Metrópoles. Segundo o coordenador, o que tem sido presenciado nos desastres urbanos são as consequências de uma ordem urbana fundada no laissez-faire do mercado que vem gradativamente substituindo o planejamento, com seus respectivos planos diretores e leis de desenvolvimento urbano, por medidas emergenciais.

Em suma, atrela-se a esse “governo das emergências” um conjunto de práticas conscientes, provenientes dos gestores públicos, que, mesmo diante de evidências anteriores, não preparam as cidades antecipadamente para atravessar esses eventos climáticos. A adoção pela medida emergencial, nesse cenário, é vista como eleitoralmente mais rentável, uma vez que legitima narrativas salvacionistas. Por isso, Ribeiro compreende que as situações catastróficas ocorridas em Petrópolis (RJ), Franco da Rocha (SP), Belo Horizonte (MG), o sul da Bahia, entre outros, são desfechos esperados da atual ordem urbana vigente.

A edição especial do Boletim apresenta análises e entrevistas, coletadas a partir da participação de pesquisadores(as) da rede, que abordam as catástrofes humanitárias em decorrência das fortes chuvas e a sua correlação com políticas públicas de gestão do território urbano. Os entrevistados são  Adauto Cardoso, coordenador do GT Habitação e Cidade, em ‘A catástrofe humanitária em Petrópolis e os desafios das políticas habitacionais’, Thêmis Aragão e Ana Lucia Britto, pesquisadoras do Núcleo Rio de Janeiro, em ‘Como o Plano Diretor pode concretizar a gestão do risco ambiental nas cidades?’,  Juliano Ximenes, coordenador do Núcleo Belém, em ‘Risco ambiental e o acesso à terra no Brasil’ e Roberto Luiz do Carmo, organizador do dossiê e professor da Unicamp, no ‘Cadernos Metrópole nº 42 – Dossiê Desastres Urbanos’. 

 Para acessar o editorial completo, confira a publicação no site do Observatório das Metrópoles.